Área Científica

Odontofobia, medo da ida ao Médico Dentista – Estratégias de controlo

 Recorrem aos consultórios de medicina dentária muitos pacientes com odontofobia. Estima-se que 3 em cada dez pessoas o medo ultrapassa níveis de controlo,chegando até à ansiedade fóbica antes e durante o tratamento.
Na sua maioria, antes da ida ao Dentista os níveis de stress aumentam, mas quando estamos na cadeira corre bem e relaxam. Isso quer dizer que nestes casos é um medo irracional pelo desconhecido, o futuro.
São muitas as estratégias que se fala para combater esta fobia, embora eu vá apresentar 4.
Antes de mais gostaria de referir que a procura por um profissional de saúde mental é crucial.
Como psicóloga clínica há mais de 17 anos, posso afirmar que todos os que passaram pelo meu consultório e passaram por estes passos têm um bonito sorriso e relaxam na cadeira.
A psicoterapia torna-se importante para limpar a causa do problema, se a fobia é devido a um trauma na infância, ou se foi uma má experiência com um profissional, vamos reconstruir aquela memória.
Apresento 4 passos práticos:
1 – Determinação: Quer um sorriso bonito, qual a razão de ir ao Dentista? É muito importante para sí?
2 – Escolher o seu Médico Dentista de confiança: ter confiança no profissional de saúde oral é importante para baixar níveis de norandrenalina é baixar o stress.
3 – Conversar com o seu profissional de saúde vai ajudar a desmistificar as suas dúvidas, diminuindo o efeito negativo do desconhecido.
4 – Combinar com o seu Dentista ser quem controla o processo de tratamento em consulta. Não é normal sentir dor, o seu Dentista tem técnicas que diminui ou termina com a dor. Durante a consulta pode colocar a sua música preferida e assim, a sua mente ficará na música é não no barulho das máquinas.
Boa experiência!
Sónia Sequeira
Psicóloga da saúde

Ortodontia e a Terapia da Fala

São muitas as situações em que o tratamento de ortodontia ganha maior eficácia conjuntamente com o trabalho do terapeuta da fala.
Terapia da Fala e Motricidade Orofacial
O terapeuta da fala intervém na Motricidade Orofacial. Cabe ao terapeuta da fala a realização de Terapia Miofuncional, ou seja, a reabilitação de funções neuromusculares na estrutura orofacial, nomeadamente fala, deglutição, mastigação, sucção e respiração. Através de técnicas terapêuticas, esta terapia visa o aumento da tonicidade muscular e da mobilidade orofacial, promovendo também o relaxamento e a coordenação da musculatura da cavidade oral.
Se tivermos em conta a nossa face externa e internamente, verificamos que existem estruturas estáticas (dentes, maxila, mandíbula e ossos cranianos), responsáveis pela forma, e estruturas dinâmicas (músculos mastigatórios, supra e infra-hióideus, cervicais, faciais e linguais), responsáveis pela função. Este conjunto de estruturas forma o Sistema Estomatognático (SEG). Estas estruturas também desenvolvem funções comuns, chamadas funções do SEG: sucção, mastigação, deglutição, fala, articulação e respiração (Marchesan, 2005), tendo a constante participação da mandíbula (Douglas, 2004).
Quando equilibradas e coordenadas, as estruturas do SEG são responsáveis pelo funcionamento harmonioso da face (Marchesan, 2005).
Para relacionar forma e função é necessário existir um conhecimento prévio do crescimento, desenvolvimento e relação entre as estruturas do SEG, relação entre as diferentes estruturas e funções e ainda relação com as características craniofaciais (oclusão e tipo de face) com o padrão muscular.
Sendo o SEG um sistema interdependente, uma vez que as estruturas dinâmicas dependem das estruturas estáticas e vice-versa, qualquer alteração originará um “desarranjo” geral.
Na ortodontia, a dentição é mantida em equilíbrio pela actuação de forças de contenção internas e externas. A par destas forças, deverão ser efectuados ajustes funcionais (musculares), de forma a evitar recidivas.
Um estudo, realizado em 2007 no Brasil, revela que, após tratamento ortodôntico, 96,9% dos indivíduos apresentaram musculatura orofacial alterada, 89,4% mastigação alterada, 83,7% hábitos orais nocivos, 77,1% deglutição adaptada e 51,8% respiração mista (Zini, 2007).
Nestes casos, os principais objetivos da Terapia da Fala são:
Promover o equilíbrio funcional;
Adequar funções de mastigação, deglutição e respiração;
Corrigir alterações posturais;
Eliminar gradualmente hábitos nocivos.
De entre os hábitos orais nocivos destacamos:
Uso de chupeta, biberão, sucção digital;
Bruxismo;
Briquismo;
Morder bochechas;
Projecção de língua durante deglutição e fala;
Posicionamento inadequado de língua em repouso;
Mastigação unilateral;
Respiração oral;
Alterações posturais
Onicofagia
Como foi referido anteriormente, a mandíbula está presente em todas as funções do SEG. Desta forma, é importante que os técnicos se certifiquem de que existe harmonia nas articulações temporomandibulares (ATMs), que poderão ser alvo de disfunção por vários motivos, entre os quais os hábitos orais nocivos supracitados.
Importância da equipa multidisciplinar
O  ortodontista é responsável pela intervenção nas estruturas estáticas, enquanto o terapeuta da fala é responsável pela intervenção nas estruturas dinâmicas.
O trabalho em parceria entre as especialidades de Terapia da Fala e Ortodontia, quando levado a cabo por profissionais especializados, previne recidivas e permite alcançar, junto de pessoas de qualquer faixa etária e no menor tempo possível, resultados estéticos e funcionais harmoniosos e estáveis.
Autor: Terapeutas da Fala Ana Dias e Dalva Lucena

 

Disfunção de ATM: um problema com solução

Articulação temporomandibular (ATM) é a articulação que liga a mandíbula – o único osso móvel que temos no crânio e que nos permite abrir e fechar a boca – ao resto do crânio. Para a localizar e sentir, basta colocar os dedos em frente às orelhas e abrir e fechar a boca.
A disfunção de (ATM) provoca geralmente sintomas que podem ser: dores de ouvidos, sensação de peso no ouvido, dores de cabeça, zumbidos (acufenos), tonturas, dor a mastigar, entre outras, quase todas dentro do que se considera ser dor orofacial.
A origem pode ser variada. Muitas vezes está relacionada com problemas de mordida (encaixe dos dentes superiores com os inferiores), falta de dentes, próteses mal-adaptadas, bruxismo (ranger dos dentes, sobretudo noturno) e questões posturais, como cerrar demasiado os dentes quando se está em tensão, falar constantemente ao telefone com ele preso entre o ouvido e o ombro. Estes são os casos mais vulgares e também os mais simples, mas os especialistas que intervêm nesta patologia referem que, por norma, os casos mais complexos são multifatoriais, envolvendo traumatismos, patologia articular, questões posturais, tensão muscular e tensão emocional. E é isso que torna o tratamento difícil.
A intervenção na Disfunção Temporomandibular (DTM) deve passar pela constituição de uma equipa interdisciplinar composta não só pelo terapeuta da fala, como também por fisioterapeuta, ortodontista, ortopedista, cirurgião maxilo-facial, entre outros, dependendo da etiologia da disfunção.
A terapia da fala deverá incidir ao nível das alterações mastigatórias (como por exemplo, na reeducação dos padrões de mastigação), na adequação da sensibilidade, força e movimento dos músculos da face e dos músculos mastigatórios e na eliminação de hábitos parafuncionais nocivos (como o roer das canetas, o trincar constante dos lábios, o bruxismo ou o repouso da cabeça com a mão no queixo, entre outros). Em conjunto com o fisioterapeuta, o terapeuta da fala poderá igualmente direcionar a sua intervenção para uma melhoria da postura de cabeça e pescoço.” No caso de a DTM derivar de hábitos orais nocivos, a eliminação desse hábito pode ser suficiente para existir um alívio dos sintomas existentes.
Esta é uma patologia que, dependendo da etiologia pode precisar de tratamento muito diversificado. Em situações em que existe comprometimento ósseo ou alterações na constituição da ATM poderá mesmo ser necessário recorrer a abordagens mais invasivas como os tratamentos ortodônticos, ortopédicos e cirurgias.

 

Dentição Decídua – “Dentes de leite”

A Odontopediatria é a área da Medicina Dentária dedicada à Saúde Oral dos bebés, crianças e adolescentes, com o objectivo de permitir a estes atingir a idade adulta com uma boca sã, estética e funcional, e a possam conservar assim durante toda a vida. A visita ao médico dentista deve ser realizada após a erupção dos primeiros dentes decíduos – o que, em situação normal, ocorrerá por volta dos 6 meses.
Importância:
A dentição decídua desempenha um importante papel pois permite à criança o desenvolvimento de importantes funções, tais como: estética; mastigação; manutenção do espaço para os dentes permanentes ou definitivos, permitindo uma correcta erupção destes; fonética (fala e dicção); influência no crescimento dos maxilares; respiração e deglutição.
Problemas:
Cárie dentária, traumatismos, alterações da erupção dentária dos dentes permanentes. Todos estes problemas afectam a qualidade de vida da criança, tanto fisica como psicologicamente, criando, por vezes, traumas que dificultam exponencialmente o seu tratamento. A visita atempada ao médico dentista (aos 6 meses) permite, para além de diagnóstico precoce de eventuais problemas, criar uma relação de empatia com o médico e ambiente de consultório dentário que facilitará tratamentos futuros.
Higienização:
Desde o nascimento da criança, mesmo antes da erupção dos dentes, devem limpar-se as gengivas do bebé com uma gaze/compressa humedecida com àgua. A partir da erupção dos primeiros dentes, deve ser iniciado um hábito diário de higiene oral, inicialmente levado a cabo pelos pais, sob orientação do médico dentista. Com o crescimento, a criança deverá adquirir, progressivamente, autonomia no acto da escovagem dentária, devendo, contudo, ser supervisionada pelos pais até aos 6-8 anos de idade. Até esta idade deve ser utilizada uma pasta com concentração de flúor inferior à concentração utilizada nos adultos, cerca de 500 ppm, enquanto nos adultos essa quantidade oscila entre 1100-2000ppm.
Mudança para a dentição permanente:
Os primeiros dentes decíduos erupcionam entre os 6-8 meses de idade e até aos 2,5-3 anos de idade, 20 dentes devem aparecer na boca da criança, embora se possa considerar normal ligeiras variações individuais. A mudança para a dentição definitiva ou permanente, dá-se, normalmente, em duas fases: entre os 6-8 anos e entre os 10-12 anos.

 

Branqueamento Dentário

Ter um sorriso de Estrela de Hollywood é o sonho de qualquer pessoa: homens e mulheres ambicionam ter um sorriso em que todas as peças dentárias estão bem posicionadas bem como brancas! Contudo, a actual rotina a que a maioria da população está sujeita, impossibilita este resultado de dentes imaculados; hábitos tabágicos e o consumo de cafeína regulares, bem como o impedimento de realizar o número ideal de escovagens dentárias contribuem para que, ao longo do tempo, o esmalte dos nossos dentes se tornem mais amarelado.
Para uma situação como esta, o Branqueamento Dentário, surge como uma óptima solução; em ambulatório, no consultório ou combinado, o Branqueamento Dentário permite clarear os dentes.
Caso Clínico
Paciente sexo feminino, 26 anos, saudável, com hábitos tabágicos e de cafeína regular.
A paciente realizou uma consulta de Medicina Dentária de rotina, na qual realizou uma Destartarização e Polimento de ambos os maxilares. Referiu que gostaria de ter os dentes mais brancos. Foram explicadas as possibilidades de Branqueamento que tinha ao seu dispor, optando pelo branqueamento em ambulatório. Foram tomadas impressões em alginato de ambos os maxilares – para posteriormente, em laboratório, ser possível construir as moldeiras de branqueamento. Foi-lhe, ainda, prescrita uma pasta para dentes sensíveis, como procedimento profiláctico.
A partir dos modelos de estudo foram construídas as moldeiras em acrílico termoplástico.
Foi explicada a forma de uso das moldeiras e do gel branqueador. Foram tiradas fotografias iniciais bem como registada a cor inicial do esmalte dentário (Fig.1).

Fig.1 – Cor inicial do esmalte – A3.
Semanalmente, durante 1 mês, foram realizadas consultas de controlo nas quais se procedeu á aplicação de Flúor em gel, durante 10min, com o objectivo de fortalecer o esmalte, impedindo a sensibilidade dentária que, muitas vezes, está associada a este tipo de tratamento dentário, bem como o registo da cor, por forma a avaliar o processo de clareamento do esmalte (Fig.2 e 3).

Fig.2

Fig.3
Decorrido um mês de tratamento, conseguimos obter um tom A1 de esmalte – tom mais claro da escala Vita®. É de salientar que a paciente referiu ter reduzido consideravelmente os seus hábitos tabágicos.
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